sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ei garota



Ei garota, você não precisa se esconder tanto, qualquer dia você acabará se perdendo de vez dentro de si mesma.
Você abraça firmemente todas as suas causas, ao mesmo tempo que parece pouco se importar. Você ama a todos, ao mesmo tempo que sempre se esconde das pessoas no seu quarto. Você diz amar o mundo, mas já foi pega pensando em fugir dele. Você está sempre sorrindo, quando no fundo está se afogando em lágrimas. Você sempre diz que está tudo bem, quando consigo ver o mundo desabando através do seu olhar.
Sei que tudo anda parecendo muito bagunçado agora, mas calma, eu te juro que a vida é mais do que esses pensamentos em preto e branco que tanto te perseguem.
Eu sei mais do que qualquer um o quão difícil é levantar da cama todas as manhãs para encarar todo aquele mundo sem graça lá de fora, sei o quanto seu sofá soa mais confortável do que qualquer conversa que você teria com pessoas aleatórias por aí, assim como sei o quão difícil é dormir todas as noites com tamanhos fantasmas que insistem em te assombrar. Eu sei mais do que ninguém quantas lágrimas você derruba escondida de todos, com medo de te acharem apenas mais uma mimada que tem tudo e ainda assim é tão insatisfeita com a vida. 
Ei, eu sei de tudo isso. E sabe por quê? Porque eu sou você. E saiba que não há ninguém nesse mundo que te ama mais do que eu. 
Não te desejarei força, pois isso você tem de sobra. Apenas peço para que não desista de lutar contra tudo isso, por mais confortante que a dor soe as vezes.

Com amor,
Você.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Carta a um amor perdido


Enquanto você está por aí perdido no mundo, estou completamente perdida dentro do meu próprio quarto. As coisas não eram para ser assim. O nosso maior erro foi ter ignorado as placas pela estrada. E irônico, pois agora elas sempre me perseguem em meus sonhos.  
Eu continuo aqui ouvindo aquela música de sempre que você nunca entendeu, vestindo aquela blusa que você tanto dizia odiar, e comendo aquela pizza que você achava horrível. A intenção era eu me sentir livre, afinal, agora posso fazer tudo isso sem alguém para me criticar. Mas não, eu trocaria tudo isso por mais um beijo seu, sem nem pensar duas vezes.  Você me mudou da pior maneira possível, e depois simplesmente foi embora pela porta da frente. Acha isso justo?
E agora você está por aí, talvez mudando alguma outra pessoa para largá-la na primeira oportunidade. Talvez em algum carro qualquer sem saber ao certo para onde está indo, essa opção é realmente muito a sua cara. Talvez esteja se embebedando e fingindo que está tudo bem. Suprindo sua carência com lábios aleatórios que nunca mais verá em sua vida. E você afirma batendo o pé que essa é a vida que você sempre quis. Mas hey garoto, eu te conheço. Mesmo você sendo o maior enigma que já tentei desvendar um dia, eu ainda sei que no fundo seu vazio te enlouquece. Assim como sei que você tenta preenche-lo com tudo que vê pela frente. E ele só aumenta cada dia mais.
É sexta a noite. Ainda tenho esperança de você me ligar completamente transtornado dizendo que sente minha falta. Nem precisa ser muita não, ando mendigando tanto o amor que qualquer esmola serve. E nisso vou me afundando em algo que eu mesmo estou cavando. Tão desesperada pra te ter de volta que perdi qualquer vestígio de amor próprio que já tive algum dia.
Onde quer que você esteja, me responda: você ainda pensa em mim? Você ainda se lembra de mim quando passa por aquela lanchonete suja onde foi nosso primeiro encontro? Ainda se lembra de mim quando vê aquele filme que vimos juntos quando você ainda dizia que éramos apenas amigos? Porque eu lembro. Vejo você em tudo, e isso me mata. Por que você me fez viver tanto? Te odeio por um dia ter me tirado do meu mundinho confortável e sem vida e colorido ele. Uma vez que você conhece a felicidade, é terrível cair na real e ver o quão cruel o mundo pode ser. E foi exatamente o que você fez comigo: entregou um doce em minhas mãos, me fez ama-lo e tomou-o de mim.
Eu odeio o fato de você ser tão você. Odeio o quanto você é amável. E odeio mais ainda o fato de não conseguir te odiar depois de tudo.
Algumas coisas nunca irão mudar, e infelizmente, nós somos uma delas.


sábado, 16 de janeiro de 2016

Projeto 16 on 16 - Quem sou eu?

Esse ano já começou de uma forma maravilhosa... Fui convidada para participar de um projeto, o "16 on 16". Resumindo, somos 16 blogueiras que postam no dia 16 de cada mês algum texto, imagem, poema (enfim, qualquer coisa), sobre algum tema escolhido por todas nós. O tema desse mês é "Quem sou eu", uma forma interessante de começar, já que acabamos conhecendo melhor umas as outras.

Um dia, em algum cadastro de um site aleatório, era necessário que eu escrevesse “quem sou eu”. O cpf eu sabia de cor e salteado, número da identidade e cartão de crédito? Tudo mais que decorado. E o bendito “quem sou eu” simplesmente me travou. Digitava... Apagava.. Tentava de novo... Mas nada saia.
No ranking das perguntas mais difíceis do universo, essa sem dúvidas merece o troféu. Fica na frente da origem do mundo, do sentido da nossa existência e de tantas outras...
É tão fácil falar sobre as outras pessoas, até mesmo aquelas que mal conhecemos. E eis que eu não sei nada sobre mim. Sou estranha para mim mesma, isso não está certo. “Nunca converse com estranhos” – Minha mãe sempre dizia. Não conversar sozinha, ok, anotado.
Alguns me definem como louca, outros como estranha, e até existem uns meio surtados que me definem como normal. Eis que me considero portanto uma mistura de tudo.
Quem sou eu? Ora, sou a louca que liga 20 vezes quando quer falar com alguém por mais bobo que seja o motivo, sou a maníaca que vive dando uma de detetive nas redes sociais, sou a sem noção que dança mesmo sem música quando dá vontade, sou a meiga que quase mata os animais ao abraçá-los, sou a viciada que está sempre bebendo coca-zero, sou a criança que acredita em unicórnios, sou a idosa que esquece de tudo, sou a estranha que adora comer miojo cru, a apaixonada que ainda acredita no amor, a aleatória que está sempre falando nada com nada, a dramática que chora a toa, a maluca que canta nos momentos mais inapropriados, e o principal: a indecisa que não consegue chegar em um consenso para se definir... Enfim, sou literalmente tudo. Literalmente, está aí uma palavra que me define bem. Sou metaforicamente literal. Ou talvez literalmente metafórica. Vivo dentro de um filme. O meu filme. Um eterno roteiro que estou sempre escrevendo e reescrevendo em minha cabeça. Alguns dias drama, em outros terror, suspense de vez em quando, romances menos do que eu gostaria e mais comédia do que o normal.
No fim das contas, sou um pouco de tudo e um pouco de nada. Sou o que sou, e nada mais. Já até tentei ser algo além, mas nada que foi pra frente.
Bem, tudo isso começou por causa de um cadastro, certo? Esse texto sem dúvidas não coube no espaço destinado a resposta, caso esteja se perguntando, então fiz o óbvio: pesquisei uma frase aleatória que não entendi direito de algum escritor famoso cujo nome nem sei pronunciar. Acho que no fundo, é isso que todos acabam fazendo quando se deparam com tamanho dilema da humanidade.

Não deixe de conferir a postagem das outras blogueiras, juro que vale a pena! <3



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