segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Notas sobre ela


Ela é insegura como nunca vi antes. Se vê de uma forma que ninguém entende e vive em um mundo que ninguém vê. 
As vezes eu só gostaria que ela fosse capaz de ver 1% de tudo aquilo que vejo nela. Um sorriso ingênuo como nunca vi igual, e por trás de toda a sua ingenuidade, esconde-se uma mulher segura de si e das suas crenças, que luta com garras e dentes a favor daquilo em que acredita. 
Já tentaram mudar ela. Uma, duas, três, dez vezes... Todas em vão. 
Ela é um enigma que enlouquece os maiores amantes de mistério. Em seus cabelos negros e encaracolados, encondem-se receios. Nas curvas do seu corpo, enconde-se seu amor próprio. E em seus olhos, esconde-se uma dor antiga, que sempre aparece entre um sorriso e outro.
Ela já perdeu a conta de quantas vezes foi chamada de louca. E quer saber de um segredo? Ela ama ouvir isso. Com o tempo, ela trocou o significado de loucura do seu dicionário para "aquela que vive como se cada dia fosse o último", e transformou isso em sua religião. Com o tempo ela aprendeu que não importa o que faça ou fale, sempre será julgada por alguém. E se cansou disso. 
E foi assim que a perdi. Tentei encaixa-la em padrões inexistentes, ela não coube ali e fugiu. Esta aí outra nota sobre ela: não adianta tentar segurá-la, ela sempre irá escapar. As asas dela crescem mais rápido do que você é capaz de ver. São sorrateiras, e quando você percebe, já é tarde demais, ela ja alçou voo. Ela tem isso quando se cansa das coisas, e isso ocorre com mais frequência do que você imagina.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Amores de carnaval

Chegou o dia 16 e eis que tem texto novo do projeto "16 on 16". O tema de fevereiro? Carnaval! Confesso que foi um tema difícil para mim, mas bem, vamos ao que interessa:


Quem foi que disse que não existem histórias de amor no carnaval? Eu mesma presenciei uma esse ano: a história do amor próprio.
Um sol escaldante, constantes chuvas de glitter, amores em todas as esquinas, alegria por todo canto... Uma diversidade enorme de sentimentos desfilavam pelas avenidas.
Te vi do outro lado da rua, nossos olhares se encontraram, e você logo virou para o lado oposto e optou por fingir que não me viu. Naquele milésimo de segundo, que mais durou uma eternidade, quis te dizer tanta coisa. Mas você logo sumiu na multidão, e eu continuei ali, estabilizada.
- Moça, que cara triste! Cadê o sorriso no rosto? É carnaval! - Fui logo tirada da transe por alguma moça com uma fantasia engraçada que já não em recordo mais qual era. Quando me virei para responde-la, ela já havia ido.
"Eu não posso deixar a felicidade bater e simplesmente ir embora. Preciso abrir a porta, caso contrário ela nunca entrará." - Sussurrei para mim mesma.
O trio andou. Minha música preferida começou a tocar, e eu pulei como se não houvesse amanhã. No meio de toda aquela confusão, eis que me vi pela primeira vez no ano, me jogando de corpo e alma em algo, sem me preocupar com nada além de colocar um sorriso no rosto.
Eu finalmente havia me libertado de você.


Não deixe de conferir as postagens das outras blogueiras, viu?



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...