sábado, 30 de novembro de 2013

Entre pontos e vírgulas...


Seria muito insano da minha parte comparar pessoas com pontuações? Vejamos bem, existem aqueles que são como pontos: Estão. Sempre. Adiantando. O. Final. Também existem aqueles que são como vírgulas: criam pequenas pausas para evitar o verdadeiro fim. Mas existem pessoas que não são pontos nem vírgulas, são ponto e virgulas (um meio termo, digamos assim). As famosas reticências também são grandes amigas daqueles que temem o fim. Vão sempre adiando a frase... Mesmo que nada venha depois. Alguns dizem que é para dar ar de mistério, mas chamo isso de medo.
Depois do ponto as coisas mudam, a frase já não é mais a mesma, às vezes vem um novo parágrafo ou o livro acaba. E finais trazem a tona novos começos. Vamos admitir: eles costumam ser bem assustadores, não é?
Mas de que adianta prolongar algo inevitável? Nenhuma frase é eterna (Haja fôlego da parte do leitor). Uma hora é necessário arregaçar as mangas, respirar fundo e terminar aquilo que ficou pendente, tanto na vida quanto na alma. Frases mal pontuadas são piores que frases curtas, vai por mim. E ponto final.

sábado, 2 de novembro de 2013

Revirando gavetas



- Doutor, estou com uma enorme dor no peito. Um aperto imenso! 
- Que tipo de aperto, minha senhora?
- Daqueles que parecem comprimir meu coração. Acha que pode ser algo sério?
- Queria que houvesse uma maneira fácil de te dizer isso, mas pelo visto você está apaixonada.
- E isso tem cura?
- Infelizmente não. 

Juro que tentei guardar isso para mim. Juro mesmo! Achei que guardando esse sentimento aqui dentro, bem no fundo, no lado mais escondido  e sombrio do meu coração, ele morreria sufocado. Não morreu. 
Muita gente não acredita no eterno, mas quando se trata de amor, não há tempo nem espaço. Afinal, o que é o amor que tanto falam? Ele vive no ar, nos corações, nas mentes, nos telefonemas no meio da madrugada e em cartas sem data especial, mas ninguém sabe ao certo quem (ou o que) ele é. Difícil caracterizar algo que varia tanto. Para alguns, amor é como comer um doce que não comia há séculos, para outros é como pular de cabeça do décimo andar de um prédio, e há ainda aqueles que o veem como um terrível monstro que se esconde em armários de criancinhas. 
Eu diria que ele é um pouco de todos, mas bem, minha opinião não conta. Sou apenas mais uma apaixonada no mundo, e como dizem por aí, o amor é cego. Cego, surdo e mudo. 
Colocaram o mundo no modo mudo ou foi apenas impressão minha? Não consigo escutar nada daqui. Cada vez mais altas, as batidas do meu coração andam abafando a voz da minha razão.  
Lembra quanto te disse que não te amava mais? De certa forma não menti. Mas não negarei que você ainda mexe comigo. O amor pode até não ser eterno, mas as lembranças são. E essas me tocam tão fundo que cheguei a ver lados meus que nunca mais pensei que veria. 
Desde que você se foi, te guardei em uma enorme gaveta do lado esquerdo do meu coração. Prometi que não abriria nunca mais. Senti saudades. Abri. Milhões de pensamentos saltaram sobre mim, e com isso, alguns pedaços de sentimentos. Me desculpe, devia ter engolido a chave. Devia ter fugido. Devia ter jogado tudo fora enquanto podia. Mas não fiz nada disso, e agora talvez seja tarde para arrependimentos. 
Estou sentada no chão do meu quarto colando os cacos para tentar desvendar de vez esse quebra-cabeça, mas muitas peças ainda estão com você. Assim que puder, me entregue-as! Nem precisa dar as caras por aqui. Se ainda se lembra do meu endereço, me envie pelo correio. Mas não demore, por favor! Ver essas peças espalhadas pelo chão da casa está me agonizando. 

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