sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Só eu


De repente sou só eu. Só eu naquela noite fria em que amar doeu pela primeira vez. Só eu naquela luta com meu corpo, naquela briga que parecia não ter fim. Só eu rezando a um deus que não sei se acredito, voltando no tempo e vendo que não sobrou ninguém. Só eu deitada no chão do meu quarto ignorando os gritos que vinham lá de fora, me fingindo de cega, fugindo dos problemas. Só eu fingindo estar bem, me fazendo de forte. Só eu desligando o telefone para deixar uma discussão pela metade, me matando pouco a pouco.
Só eu me confessando meus mais terríveis segredos, sentindo medo do futuro, abafando meu choro no travesseiro para não acordar ninguém.  Só eu correndo naquela chuva, ou sentada na esquina esperando o tempo passar. Só eu naquela tarde no parque.  Só eu dormindo na minha cama. Só eu me escondendo dos meus fantasmas debaixo das cobertas. Só eu vendo o pôr do sol na esperança do próximo dia ser melhor, fazendo pedidos a estrelas e bebendo aquela bebida amarga.
Só eu tentando ser boa o suficiente, encarando o teto em todas as minhas noites de insônia, construindo meus castelos de areia. Só eu lutando para sobreviver. Só eu nos meus sonhos futuros. Só eu no meu passado. Só eu e meus vazios e confusões. Só eu naquele beijo,naquele abraço e naquela despedida que não existiu.  Só eu. Só. Sozinha, como sempre foi e sempre vai ser.

Um comentário:

  1. Adoro ser sozinha, sinceramente. Gosto de me conhecer e de estar em paz comigo mesma, antes de tudo. Assim como você, tenho meus vazios e muitas confusões, mas ainda prefiro ser só eu. Adorei o texto!

    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

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