domingo, 27 de outubro de 2013

Remar


Um enorme sentimento me engoliu essa noite. Angustia? Talvez. Desespero? Também. Agonia? Quem sabe. Cansaço? Com certeza. Acho que estou ficando velha. Essa tal de nostalgia vem me perseguindo muito. Nó na garganta. No fundo ainda espero um sinal seu. Você ter ido embora é o que menos dói. Eu só queria ter escutado um adeus. Essa incerteza em que você me deixou mergulhada quase me afogou. Estou aprendendo a nadar. Depois de muito navegar em minhas dúvidas, parei de remar. Te vi na outra margem e você parecia feliz. Estou sozinha. Alguém me tire desse barco, por favor? Ele está furado há tempos, e já posso sentir a água em meus pés. A cada vez que tento navegar para o lado oposto, a correnteza faz o favor e me levar até você. E nesse vai e vem não saio do lugar.
Remar. Amar. Remar. Amar. Remar. Amar. Re-amar. Grande Caio, por favor, não me iluda! Não se pode re-amar quando nunca se amou. Não se pode remar quando não se tem remos. Não se pode amar quando não há amor.  
Estou afogando. Aos poucos sinto a água me subindo o corpo. Ela vem ligeira, como quem tem pressa para matar. Meu coração encharcado já não bate mais. Morri. Morri de amor. Morri por não saber nadar. Morri por não saber amar.

2 comentários:

  1. Gostei muito do teu texto, que apesar de ser sofrido também é muito bonito fiquei encantada com a sinceridade e beleza desta frase "Não se pode re-amar quando nunca se amou. Não se pode remar quando não se tem remos. Não se pode amar quando não há amor."

    Belíssimo.
    Beijo grande
    eraoutravezamor.blogspot.com

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  2. "... e nesse vai e vem, não saio do lugar."
    mto massa rs (:

    http://voceanonimo.blogspot.com

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