sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Bagunça


Tivemos tantos fins e ao mesmo tempo nenhum. Irônico, não é? Mas combina bastante com nossa história. Confusão e mais confusão define bem nossos corações, e quando duas bagunças se juntam, na certa não surgirá nada além de uma bagunça maior ainda. Montes de frases não faladas e receios foram ficando acumulados no canto da sala. Quantas vezes batemos a porta na cara do outro? Quantas vezes fugimos pela porta dos fundos? Quantas vezes pulamos a janela? Sinceramente perdi a conta. Mas a quem queremos enganar? Somos amantes da bagunça, e logo mergulhávamos um no outro novamente.
Sabe, meu amor, não te julgo por não ter se despedido. Ainda me lembro daquela tarde em que ambos fugimos de fininho, com medo de dizer adeus. Tentamos entrar novamente mas era tarde demais. A bagunça havia tomado conta do lugar de tal maneira que não mais nos cabia ali.
Confesso que as vezes ainda ouso espiar pela janela, na intima esperança de um dia encontrar tudo como estava quando chegamos. Mas se nossa bagunça só cresce a cada dia, por que dessa vez seria diferente?
O passado está a ponto de transbordar pelo vidro quebrado. Não quero estar aqui quando isso acontecer. Por isso fujo. Para longe. Bem longe. Mas no fim, acabo correndo de mim mesma. Sou a bagunça. Não há prateleiras ou caixas que me ajeitem. Serei uma eterna bagunça. 

2 comentários:

  1. Ok, descreveu meu ultimo relacionamento fracassado.
    Ficou lindo o texto, agora preciso de tempo para ler os outros posts.
    Gostei de verdade, parabéns.

    http://faltouacucar.blogspot.com.br/

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  2. Texto lindo, me identifiquei. Você realmente escreve muito bem. Parabéns :)
    dá uma olhada? http://blogsalsita.blogspot.com.br/

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