O mundo se embaça. O coração aperta. E lá vai ela descendo, congelantemente quente, rosto a fora. Sorrateira, da forma mais violenta que poderia ser, estremecendo cada parte do corpo, inundando cada parte do peito. Ela em si não dói, mas traz a tona as mais temíveis profundezas de nossos mares, que deixamos acumular no dia-a-dia, com medo de encarar ou jogar fora de vez. Daí guardamos na esperança de tudo sumir como um passe de mágica. Não some. Chega um dia que simplesmente não dá mais. E transborda. Transborda muito.
Marés cheias fazem parte das
fases da lua, fazem parte de nossas fases, fazem parte da vida. Afogamos as
mágoas para não morremos sufocados. Inundamos o mundo para nos esvaziarmos, e
depois, claro, encher tudo de novo. Gota por gota, dia após dia.
Como não amar, Alice?
ResponderExcluirSeus textos são tão singelos e verdadeiros! ♥
Love, Nina.
ninaeuma.blogspot.com
Obrigada! <333
ResponderExcluirBeeijo enorme!!