terça-feira, 19 de agosto de 2014

Desmemoriar



"Esquecer, esquecer, esquecer", repito infinitamente para mim, quando no fundo sei que isso servirá apenas para me lembrar mais. Lembrar mais... como se isso fosse possível. Seu rosto permanece estático em minha mente. Seus olhos cheios d'água, sua boca trêmula, sua expressão de medo. Fechei os olhos para o presente e caí, caí feio. O vento tornou-se furacão, a garoa tornou-se tempestade. E nosso amor? Tornou-se dor. Tornou-se um suicídio conjunto. Tornou-se pó. Compliquei demais, embolei, te enforquei. Fui cega, e não te vi escapando pelos meus dedos.Quando acordei já era tarde demais. Me esquece, para o seu bem. Estou tentando fazer o mesmo, por mais difícil que seja. Te amo demais pra te deixar ter alguém tão "eu" do seu lado. É perigoso. É crueldade. Egoísmo puro. Em que frasco encontro um remédio pra essa doença chamada amor? Deem-me tudo, morrerei de overdose.

Um comentário:

  1. Oi, Alice!

    Já estava sentindo falta dos seus textos! Adorei este! É incrível o quanto nós nos esforçamos para esquecer sem nos dar conta que isso apenas nos serve como lembrete para lembrar. A última frase é incrível, simplifica todo o texto!

    Escrevi um poema no meu blog, depois dá uma passadinha lá!
    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

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