Plante-me. Rega-me. Faça-me florir. Veja-me crescer. Faça de mim sua flor, sua rosa, seu jardim, sua mulher. Corte as ervas daninhas que tanto me sufocam. Poda-me. Deixe-me respirar no sol, sentir a brisa entre as folhas.
Colha-me e coloque-me sobre sua
estante em um jarro qualquer. Não precisa ser bonito, muito menos inteiro.
Despetala-me. Bem me quer ou mal me quer? Veja-me morrer, dia após dia.
Despeça-se de mim com um sopro. Não quero que me veja ser apenas galho, apenas
resto, apenas pó. Jogue-me pela janela. Deixe-me reviver do lado de fora. Que
eu crie raízes, que alguém me colha. Que alguém me acolha. Que você me veja da
sua janela indo embora e uma lágrima escorra pelo seu rosto. Que essa lágrima
regue seu coração de pedra e faça dele o jardim que nunca consegui ver. Que
plante uma margarida no lugar e chore todas as manhãs por ela não ser rosa. Por
ela não ser sua. Por ela não ser eu.
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