quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Uma madrugada qualquer


Toda madrugada é a mesma coisa. A saudade aperta. A vontade de falar o que não devo vem à tona. O peito pesa. Os olhos inundam.
A loucura esmurra minha porta, finjo que não estou. Trinta anos nas costas e tudo ainda continua a mesma coisa. Eu realmente acreditava que tudo iria melhorar. 
Entrei nessa corrida guiada pela esperança, e ainda estou aguardando o prêmio final. Isso poderia ter acabado anos atrás, em outra madrugada qualquer, no entanto eu insisti. Por medo. Por esperança. Por covardia.
No parapeito da janela, tudo é tão mais lindo. Ver que o mundo gira sem você, que as pessoas continuam passando desesperadas de um lado para o outro, para fazer suas coisas que pedem pressa. E ninguém olha para cima. Ninguém lê meu pedido de socorro.
Quinze anos se passam e a mesma cena se repete. No entanto agora já cheguei ao fim desse livro, e descobri que a mocinha morre no final. Bem clichê.

3 comentários:

  1. Numa madrugada e numa idade qualquer... principalmente depois dos 30..

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  2. Adorei <3 Sucesso pra você!
    Beijos, http://www.contandoumpouco.com.br/

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